Pessoas com síndrome de Down podem doar sangue?



Uma questão que gera muitas dúvidas atualmente é sobre a doação de sangue de pessoas com síndrome de Down. Afinal, elas podem ou não doar? Existe algum procedimento especial que deva ser realizado? Há restrições legais?
Para início de conversa, devemos afirmar que, sim, as pessoas com síndrome de Down podem doar sangue como qualquer outra pessoa. A trissomia não afeta a capacidade da pessoa de doar sangue, assim como a anemia ou o medo de agulhas afetam, por exemplo.
No entanto, as pessoas com síndrome de Down podem apresentar alterações genéticas em suas células sanguíneas durante determinados períodos da vida. Elas geralmente são curadas rapidamente e pelo próprio sistema imunológico do indivíduo. Dentre essas alterações, encontram-se a policitemia (aumento no número de glóbulos vermelhos), macrocitose (aumento do tamanho dos glóbulos vermelhos), trombocitose (número excessivo de plaquetas) e a leucopenia (diminuição do número de leucócitos) É importante ressaltar que essas alterações podem ocorrer com qualquer pessoa e não necessariamente ocorrerão com as pessoas com síndrome de Down, apesar da frequência ser maior.
Algumas dicas para as doações, especialmente com crianças, devem ser observadas. Primeiramente, deixe que a criança veja você ter o seu sangue retirado quando for doar e conte a experiência para ela. Mostre-lhe que você está bem, apesar da picada da agulha. Ler histórias em mídias sociais pode ajudar também. Histórias assim são guias passo a passo que ilustram a experiência e familiarizam a criança com cada etapa do processo. Além disso, você pode dar à criança um objeto pelo qual ela tenha afeição e, dessa forma, distraí-la no processo. É importantíssimo também que ela beba muita água antes da doação. Um passo primordial é, também, a honestidade: a criança deve entender que a doação pode provocar dor, mas que essa dor vai passar.
Por fim, não existem restrições legais para que a doação seja feita. A única situação em que pode haver uma ressalva é quando a pessoa está interditada judicialmente. Se esse não for o caso, não há mais impedimentos. A doação é feita, vidas são ajudadas e as pessoas com síndrome de Down dão mais um passo rumo à inclusão social.

Por: Luiz Fernando Costa
Fonte: Movimento Down

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