PCDs debatem mercado de trabalho

Não é a responsabilidade social, mas a obrigação de cumprir a lei de cotas que ainda motiva as empresas a contratarem pessoas com deficiência (PCDs). A afirmação é da especialista em Gestão Social Melissa Bahia, representante da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte da Bahia (BA), que participou ontem do projeto Diálogos da Inclusão, promovido pelo Ministério Público Estadual. "É muito comum as empresas quererem contratar PCDs para preencher as cotas estabelecidas na lei. A responsabilidade social vem em segundo lugar", diz Melissa, deficiente visual desde os 15 anos.

Os desafios da empregabilidade das pessoas com deficiência foram a tônica central do debate, que reuniu diversas entidades ligadas ao setor. Melissa defendeu a ideia de que a inserção do PCD no mercado de trabalho e a qualificação desses profissionais devem ser incentivadas na mesma proporção. "É preciso incentivar o protagonismo dessas pessoas. Que elas busquem ter uma postura profissional, qualificação técnica e vontade de trabalhar. Mas, acima de tudo, que saibam dizer ao mundo do trabalho o que elas sabem fazer", afirmou Melissa.

Um dos painelistas, o conselheiro da Faders Waldin Lima, falou que os desafios da inserção do PCD no mercado de trabalho passam por "educação, formação e colocação no mercado de trabalho, mas antes de tudo, passa por um outro tema: é desafio nosso fazer com que tudo isso chegue à comunidade total", disse Lima, que é cego.


A auditora da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do RS, Ana Costa, completou o trio de painelistas.


O evento foi mediado pelo diretor-presidente da Faders, Cláudio Silva, e ocorreu no Palácio do MP, na Capital.

Fonte: Correio do Povo

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